Archive for setembro, 2009

expo nova noiva…

à caminho da exponovanoiva, dois amigos dialogavam:

– cara, lá é legal.. mas nunca fico com uma por mais de 3 meses…

– mas como é isso? funciona?

– funciona… assim: sempre escolho uma e tal, pago a cautela… mas devolvo… sei lá… acho que acabo enjoando…

– mas desde quando você faz isso?

– ih, desde soube que podia devolver!

– mas como surgiu essa história de comprar uma noiva…

– opa, opa, opa! você não compra uma noiva… você paga para ter direito à exclusividade dos sentimentos e de seu corpo… mas não faz nada que ela não queira… tem todo um contratinho por trás… nunca li, sabe? mas sei que tem algumas coisas… você vai ver… tem um showroom com um vídeo institucional, um lancezinho em 3D… bem interessante…

– cara, isso é muito doido!

– parece ser, né? mas surgiu da necessidade de alguns caras mais tímidos, e de algumas moças, também… são todas voluntárias… eles têm uma preparação de um ano, nelas… malhação, plástica, se necessário, tratamento dentário, limpeza de pele, abdominoplastia, carboxiterapia, peeling… supletivo pra algumas, ajuda de custo para terminar a faculdade pra outras… bolsa nas melhores universidades e, pensando o que? a maioria das mestrandas da federal só conseguiram entrar por estarem no programa… é o que costumamos chamar de máfia…

– elas ficam dispostas, numa vitrine? ou vão oferecendo seus dotes?

– hahahahaha! red light district?

– ah, não conheço…

– você verá…

– e por quê você devolve?

– sou do tipo difícil, sabe? me enjoo fácil… mas, como elas sabem disso, e está ali no contrato… no final, caso se casem, também vão sair ganhando, né?!

– já ‘noivou’ quantas vezes?

– cinco! partindo pra sexta, hoje… mas geralmente fico um, dois meses no máximo… três foi uma só…

– nossa! mas num sei.. é muito estranho isso… é difícil de acreditar, sabe?

– no que?

– que tenham um videozinho 3D…

– então, eu quero uma noiva!

– pois não, senhor… alguma ‘perêferência’?

– é… ãhn?

– o senhor possui alguma ‘perêferência’?

– é… tipo?

– loira, morena, ‘nêgara’, ruiva, oriental, leste-européia, latina, soviética, gorda, magra, alta, baixa, esguia, cheinha…

– é… posso ver?

– ‘pirimeira’ vez, senhor?

– é… sim!

– hum… já conheces os ‘porôcedimentos’ ‘padôrões’?

– sim! e… como faço pra adquirir uma noiva? não sei a etnia que quero… tem umas especificações que vêm antes disso…

– ah, perfeito… então o senhor já veio ‘perêparado’!

– sim… então… tenho 26 anos, formado, bom emprego… ganho relativamente bem pra minha idade…

– certo… e como o senhor gostaria que fosse a sua noiva?

– uns 2 anos mais nova que eu, fechando a graduação…

– não ‘pêrefere’ ‘garáduada’?

– não, não quero competição em casa, sabe? prefiro ser o que ganha mais…

– hum… o típico cagão…

– ãhn?!

– é que temos alguns perfis…

– e você anotou isso aí?

– não, senhor, apenas marquei um X no ‘quadarádinho’… tenho alguns anos de experiência… algumas ‘faráses’ ‘desquerévem’ bem o perfil de casa usuário…

– mas isso é injusto, não?

– senhor, não me venha com coisas: vistes aqui à ‘porôcura’ de uma noiva, só daremos-a ao senhor… mas necessitamos fazer o ‘cadastorô’ para caso, na ‘pôróxima’ vez, caso resolva voltar, saibamos o que lhe oferecer…

– ah tá… então, tudo o que eu falar, de certa forma, vai é me ajudar?

– exatamente…

– então me dá uma gostosa e não seja esperta!

– 35 anos de casado, vovô? onde vocês se conheceram?

– numa feira…

– feira de tecnologia?

– não… um tipo de feira que não existe mais… a tele-holografia acabou com a imaginação do povo, né? ninguém mais lê blogs, baixa música… e o carnaval? acabaram com ele! na minha época é que existial carnaval… não é mais o mesmo…

– como era vô?

– era melhor…

– vovó gostava?

– olha, meu neto, sua vó nunca foi de muitas palavras, sabe? pelo preço que foi… até que valeu…


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30/09/2009 at 16:18 2 comentários

sãocormidaminhão…

e com o tempo bem nublado, sábado às 8 [da manhã], dirigindo até a região serrana, um tanto quanto puto, não nego, em meu chevette 87 ia a pensar o que estava fazendo àquela hora em plena avenida brasil, ao encontro de minha velha vó que, como todos os anos, me encarregara de ser o comprador oficial (não é pra qualquer um, não, hein?!) de seus doces de são cosme e são damião… por algum motivo, que não faço idéia qual, e provavelmente nem mais ela, desde que me entendo por um fiapo de ser humano, a açucarada velhinha distribui os famosos saquinhos com guloseimas…

sinto pingos no parabrisa, penso que devo pesar um pouco mais o pé – não quero subir a serra na chuva e ainda estou no início da washington luiz…

do outro lado da rodovia, avistava um parque de diversões, daqueles bem velhos, sabe? de beira de estrada… a centopéia verde estava bem amarelada pelo sol e seus detalhes vermelhos, descascados… foi quando percebi que naquele dia o destino estava inspirado: na hora que a chuva apertou, senti um solavanco na traseira direita e o carro deu uma arriada…

fato que meu pneu tinha furado, mas naquele exato momento não podia parar… fui me dirigindo ao acostamento e lá parei, tinha que esperar… após meia hora e nada da chuva cessar, meu telefone móvel toca: é a minha vó…

uma senhora que não sabe ligar uma televisão pelo controle, não faz idéia de como se usa a internet, se enrola toda para usar 30 segundo nos microondas, mas quem diabos foi o filho-de-uma-égua que ligou pra mim e colocou-a no telefone? ah, já sei: deve ter sido minha mãe…

– alô, tá me ouvindo?

– sua benção, vó…

– tu fostes fabricar os doces?

– não vó, fiquei preso aqui, meu pneu furou e fiquei preso aqui na chuva…

– tua mãe tava falando aqui que você não vinha porquê estava embriagado de ontem… – o pior é que estava, mesmo, mas havia prometido…

– não, vó! acordei bem cedinho, é que fiquei preso, mesmo, com a chuva e pneu… eu já estou indo…

– …

– vó?

– …

– vóóóó?!?!

– …

– ah, merda, caiu a porr…

– e-ei, psiu! olha os modos..

– desculpa, vó, achei que tinha caído…

– …

– vó?

– …

– ah, porra!

chuva estiada: ‘e lá vamos nós!’

salto do carro e em direção ao porta-malas me encontro, quando vem o primeiro guri correndo:

– aê, tiô! num tem um real não, pa mim cumê um negóço?

– tem não, garotão…

– ih, pneu furô, é?

– é o que parece..

– ih, se fudeu…

– ah, obrigado pelo incentivo…

– aê, tiô! se eu te ajudá tu num me dá um real pra me ajudá a cumê um negóço?

– que tipo de ajuda você pode me dar?

– ué, fico segurando esse bagulho aê pru senhor… o senhor troca lá, e, com todo respeito, me dá o um real que me deve…

bom – penso dentro de meus tênis encharcados pela poça que acabara de pisar – pode ser uma, né? dou o um real pro moleque, ele não me enche mais e todo mundo fica feliz:

– fechado! vou tirar aqui o estepe da mala…

com o porta-malas cheio de marias-moles, pés-de-muleque, jujubas, paçocas, suspiros, doces de abóbora, de amendoim, pirulitos, balas, bananadas, pipoca doce… fazendo um esforço gigantesco praquele ser não ver, né? havia puxado a toalha e todos os talheres haviam ficado na mesa: com a roda já na mão, o garoto não me olhava mais, quando um copo resolveu quebrar: do aro, caiu uma paçoca…

– ih tiô! caiu essa paçoca? ela é sua? posso comer ela na moral?

– pode, pode sim…

– hoje é dia de sãocormidaminhão, né? o senhor tem mais doce aê, tiô?

– olha… – por que raios eu não menti?!?! – tenho, mas não é meu…

– aê! o tiô aqui tem doce, gente!

foi o tempo de tentar pensar em pegar a chave… já tinham 15 crianças a minha volta gritando ‘tiô! tiô! tiô!’, ‘dá pra mim! dá pra mim! dá pra mim!’, ‘e o meu?! e o meu?! e o meu?!’ e pulavam, se acotovelavam, logo ao lado tinham dois garotos, de seus 6, 7 anos, rolando no chão molhado e puxando um saco plástico amarelo, desses de mercado, e, ao abrir (leia-se: rasgar) voou açúcar para todos os cantos… foi a minha brecha:

– ih, gente! olha quanto doce no chão!

e pularam todos nos doces… fechei o bagageiro, fui trocar o pneu e começaram a se atracar…

aproveitei, pois sabia que após duas mortes, 3 traumatismos cranianos e alguns ossos quebrados eles voltariam para pegar os ‘meus’ doces… mas como eu iria fazer? não eram meus…

– tiô, tiô, tiô, quer ajuda?

e no que aquele primeiro menino gritou isso, todos pararam de se morder, se furar e vieram em minha direção:

– ah, beleza, já que não conseguiram se matar, vão tentar a mim, né? trabalham em equipe – pensei…

– tiô! tiô! tiô!

não aguentava mais aquela situação, foi quando aquele saco amarelo voou em minha direção:

– gente! vamos fazer assim? eu vou terminar de apertar esses parafusos e quando acabar eu dou um real pra cada um, que tal?

– êêê! tiô!

mas aquele primeiro (se existiu outra vida, eu devo ter feito muito mal a esse menino!) não ficou muito satisfeito com a proposta:

– ah, mas eu queria era doce… um real o senhor já me prometeu…

e, se diferente fosse, não haveria motivos para contar essa história, começaram:

– ah, tiô! eu também quero um real e doce… eu quero doce e um real.. ah, tiô, por que só pra ele? pô, na moral, aê…

emputecido eu gritei:

– eu num vou dar é mais porra nenhuma pra ninguém!

mas me toquei que não estava no lugar mais seguro do rio de janeiro e que, provavelmente aquelas crianças voltariam com seus pais, irmãos, mães ou sejam-lá-quem-fossem, e, sinceramente, não estava com muita vontade de testar a índole deles… foi quando o saco amarelo voou de novo e uma nova luz surgiu…

– ah! você acreditaram, né?! peraí, rapaziada! eu vou trocar os pneus e vamos fazer assim: você são 1, 2, 3, 4… 8… 12… 16… 24… 45? – caralhous me fodaum, eram 15! triplicaram? – então, eu vou dar 3 saquinhos agora…

– aaaaaaaaaaah tiô… mas..

-peraí, gente! peraí, peraí, peraí… eu vou dar 3 saquinhos (ouviu-se, lá no fundo, uns 5 ‘aaaah’s) e quando acabar eu vou dar a volta e passar aqui de novo, vou distribuir pra todo mundo, tá?

– e se num der?

se num der, num dei! num tenho obrigação de dar doce pra ninguém, isso é coisa da minha vó…

– e eu já dei algum motivo pra vocês não acreditarem em mim? eu vou entrar no carro, dar a volta, e passo aqui com os pacotes cheios pra vocês, tá?

não gostaram da idéia, não, mas tinham que aceitar ou me matavam… ainda bem que preferiram a primeira opção…

peguei, conforme prometi, os provocadores de cárie e distribuí… pasmado fiquei quando, delicadamente, cada indivíduo pegou um e passou adiante… estavam perfilados, sentados no chão; empenhados em se comportar e a ganhar mais…

terminei, disse que ia colocar a chave de roda no carro… como se não houvesse amanhã, entrei no carro e acelerei! pelo retrovisor eu vi aquelas carinhas desoladas ficando cada vez menores… alguns esboçaram umas reação de se levantar, porém, logo em seguida, vendo o quão inútil seria, voltaram pro chão…

a consciência foi minha inimiga… mesmo deixando claro a elas que eu ‘voltaria’…

parei num posto de gasolina para ver se estava tudo certo… e fiquei pensando naquelas crianças… naquelas pupilas brilhosas… mas pôxa! os doces não eram meus… o que resolvi fazer?

para dar uma falsa esperança àquelas almas desafortunadas, a sacola amarela, que volta e meia me dava uma iluminação, dessa vez foi a própria: peguei várias que estavam no meu veículo e enchi-as com jornais velhos… eram muitas… aquelas crianças iam ficar muito felizes quando me avistassem… após distribuir, me comprometi a não olhar pra trás…

sacolas cheias, automóvel carregado, falsa boa vontade em punho… era só partir para o meu objetivo… fiz a volta, a volta de novo e lá estavam aquelas crianças… cheguei buzinando…

-tiô! tiô! tiô! tiô!

era uma felicidade só! de ambas as partes! nossa! me senti papai noel!

– valeuzão tiô, aqueles saquinhos só têm doce bom, aí! deus abençôe o senhor…

e ao ouvir isso joguei todos que estavam no carro pela janela e parti… pô! santo nome em vão é sacanagem!

chegando na minha vó, voltou a me peguntar se estava fabricando os doces.. para não ser grosso (grosso é o caralho!) com ela, preferi roubar uns pés-de-muleque, comer um pedaço de bolo e, quando ia partir, o sono me pegou…

às sete e meia da noite, quando acordei, após a feijoada cancelada, a possível trepada cancelada, o open house de um amigo (que acabara de casar: coitado!) também, fui-me…

chovia, mas não muito e após descer a serra, peguei a direção oposta do caminho de ida (o que parece ser óbvio, não?!)… ao passar do lado da comunidade as coisas pioraram…

a direção, devido a chuva, se perdendo… não estava obedecendo os comandos… começaram a voar sacos pela pista…

veio o primeiro, desviei… o segundo, um saco amarelo… desviei… mas ele desviou junto e levantou: grudou no parabrisas, tampando minha visão e de lá não saiu! o terceiro, que não vi, prendeu na roda… o quarto prendeu na mesma roda do anterior e perdi a direção…

o freio estava com delay, dei uma rodapiada na pista e, atravessei o aramado da lateral direita… sem direção e com uma velocidade elevada, adentrei o parque que, por ser chão de brita, foi freando meu carro… mas só depois que bati na cabeça da centopéia – que visão medonha, gente! cara a cara com aquela cabeça descascada, rindo frente a mim, chuva, escuro, trovodas ao fundo… se eu não tivesse visto, ia achar que coisa de filmes de segunda linha…

não sabia o que fazer: se saia do carro, se ligava pra um reboque, se pedia a deus…

deitei a testa no volante para ver se surgia um luz e sinto alguém batendo no vidro… olho, vejo um vulto segurando um saco plástico amarelo… é um vulto pequeno, deve ser uma criança… já estava todo fudido, mesmo, abro a janela:

– aê, tiô! o senhor voltou pra dá meu doce?


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28/09/2009 at 11:09 10 comentários

Desculpas!

Gente,

Desculpas a todos pelo layout do blogue. Não sei exatamente quais os motivos, mas o WordPress está de sacanagem comigo!

Alguns outros blogues, que usam este mesmo formato, estão perfeitos! Apenas o meu está assim.

Cheguei em casa e quando entrei nele, estava desarrumado do jeito que vocês estão vendo agora. Quem puder desprezar a falta de harmonia e continuar por aqui, agradeço. Caso esteja ferindo muito a retina de vocês (assim como a minha), não ficarei chateado no caso de vocês voltarem depois.

Atenciosamente,
CDP

Já obtive todos os tipos de retorno:
– Estou vendo uma merda;
– Estou vendo do jeito que sempre vejo;
Cheguei no trabalho e, para minha surpresa, está igual a sempre! Não sei qual pode ser o erro.

Realmente eu tenho que pegar uma conta Pro e fazer um relayout nesta página (o que é um saco que o meu CSS é fraco toda vida, mas tudo bem): ‘navegar é preciso’. (Atualizado dia 22/09)

21/09/2009 at 20:46 1 comentário

para alguém especial…

Dona de largo sorriso
Inteligência e disposição
Amiga, doce e guerreira
Não nega a que veio, não!
Às vezes parece doidinha…

Mas é intriga da oposição
Ela veio para ficar
Realmente é bem bacana! Então podemos dizer…
Yes, nós temos Diana!

Monica Graça Valadares

OBS.: Uma amiga do trabalho que fez pra outra. Achei muito bonitinho!


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21/09/2009 at 12:16 5 comentários

na praça outra vez…

A Volta do Malandro
Chico Buarque

Eis o malandro na praça outra vez
Caminhando na ponta dos pés
Como quem pisa nos corações
Que rolaram nos cabarés

Entre deusas e bofetões
Entre dados e coronéis
Entre parangolés e patrões
O malandro anda assim de viés

Deixa balançar a maré
E a poeira assentar no chão
Deixa a praça virar um salão
Que o malandro é o barão da ralé

Sabem quem voltou a andar?

18/09/2009 at 01:39 Deixe um comentário

meu primeiro trailler – SkateBossaNova

bom, como sempre, coloco algumas das coisas que faço, por aqui… este trailler do meu ‘filme’ não poderia ser diferente:

bom, digo ‘filme’ porquê não é exatamente um filme, apenas um ‘filme’…

quando estiver pronto, posto aqui…

ironicamente, chama-se SkateBossaNova…


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14/09/2009 at 00:41 3 comentários

o rompimento…

e ao som de ‘máscara negra‘, que ficou a semana inteira inteira revezando com ‘namorar‘, que escrevo, mais uma vez aos leitores, a tomar cuidado com o que desejam!

domingo, na parte da noite, vi um rapaz com uma daquelas botas que servem para substituir o gesso, e pensei ‘puxa! será que nunca vou usar uma dessas?’

pois bem, desejei, não? como o proposto foi, ao ver, no dia do carnaval fora de época, uma gang de skate (lembra muito a minha infância, gang: via muito em filmes, pessoas estranhas, com correntes penduradas, jaquetas de couro, penteado diferente ou o cabelo pintado), e após ficar com uma vontade absurda, pois sempre que passei pela região me imaginei andando ali (o chão é lisinho)… bateu uma puta duma inveja (boa) dos caras e perguntei pra minha amiga se ela não estava afim, como não é de ficar com muitos rodeios sobre coisas novas, topou na hora! e ficou marcado: segunda que vem, 7 de setembro, praça XV, parte da manhã.

avenida rio branco, avenida presidente vargas e várias outras principais(?) do centro paradas: ‘alô, j? eu sou uma filha-da-puta! por quê que eu num fui de metrô? por quê que eu fui na tua?’, fico me perguntando qual o momento ela não entendeu que não pegaria esse transporte, apenas por não gostar… não obriguei ninguém a ir de ônibus… faço forcas, há muito, logo, logo, saberei o que se passa naquela cabeça…

nos encontramos na lapa (que quase não conhecemos, né?!) e andando fomos ao aterro…

ela subiu no long e, da lapa até o número 200 da praia do flamengo ela não saiu de cima dele…

a única vez que foi tentar dar uma pernada, quase caiu… pois bem… ela já tinha produzido um vídeo, tirado fotos, se divertido, nada mais justo que a minha vez de andar, não? os céus não pensaram assim…

na minha quarta pernada para pegar velocidade, sinto um tiro de sal grosso, o músculo da panturrilha esquerda rompeu: distensão muscular…

4 dias em casa, sem poder ir ao trabalho… ressonância nuclear magnética, antiinflamatório, ‘ficar de molho’, sem cerveja, sem samba…

não estou usando a tal botinha do início, e sim um gesso feio e umas muletas… mas, como desejei, consegui… logo, assim como tudo que quero, tenho… dessa vez até que foi rápido demais…

esse abaixo sou eu, uns 40 segundo antes do ‘rompimento’…

torçam, por favor, para que melhore logo… ou seja: hoje!


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11/09/2009 at 21:26 5 comentários

o bom saturno sempre à casa retorna…

frente a um computador encontrava-se o que alguns costumam chamar do que sobrou de mim… freelando e pensando no velho balanço da vida: por quê não escolhi outro caminho? por quê as adversidades são proporcionais ao desejo? por quê me encho de ‘porquês’?

hoje, ao chegar atrasado no trabalho, pensamentos não paravam de povoar minhas idéias (isso sempre acontece, tá? tô pensando sempre, 24hrs por dia, mas eram pensamentos específicos), e lembrando de um papo que bati um dia, quando estava na praia (porém a conversa foi por telefone), sobre os novos hippies, que usam mochila nas costas e cartão de crédito (palavras da moça do blog amigo – é bom, sempre, dar crédito ao argumento alheio! aprendam isso, gente! por favor!) e vendo as pessoas que estavam ao redor com expectativas pífias sobre a vida, sobre coisas que, além de nunca conquistarem, são objetivos pequenos, ‘quero um carro’, ‘quero um apartamento’… OK! sem problemas… quem não quer? mas isso não é objetivo, é consequência… são pessoas trabalhadoras (foda-se se fossem vagabundos, esse argumento é apenas para ilustrar que não possuem herança ou ‘família [de grana] tradicional’), quanto a isso, estão certíssimos…

mas objetivo de vida? pequeno, não? a parte boa é que cada um faz da vida o que quer e eu não tenho nada a ver com isso…

voltando a balancear os rumos a serem tomados: o que me impede de colocar um computador em uma mochila e sair por aí, oferecendo minha mão-de-obra [barata, sempre! portanto quem tem um projeto interessante e quiser entrar em contato…], conhecendo lugares (quem sabe fazendo também alguns trabalhos voluntários?), tirando diversão de tudo (até dos ‘perrengues’), aprendendo, e (se fosse diferente seria impossível) vivendo?

a resposta é igual água potável (incolor, insípida e inodora – não, leitores, não estou duvidando de vossa capacidade de inferência):

NADA impede! apenas eu, mesmo… trava… enfim…

falta de coragem, acredito que não seja o caso, a [minha] história está aí, justamente, para provar que isso não é algo que me impede ir adiante, não menos verdade, de fazer o que acredito seja o certo, mesmo que fatores posteriores provem que não era o momento certo (como disse aqui)…

alguns chamam este tipo de questinamento de retorno de saturno, outros, crise dos 30… seja lá qual for o nome, o retorno pode vir, com o suficiente construído, o ariano, marte, guerreiro, tá tranquilo, é por conta e risco dele… pra crise ainda faltam alguns anos (passou de ‘um’ é ‘alguns’), logo, creio que seja apenas uma fase, não-decisiva, de insatisfação pessoal, pela demora da concretização de alguns sonhos… algo bom tirado disso? sim, claro: ao longo fui aprendendo que o maior culpado pelos seus erros é você!

se isso ou aquilo não funcionou, não foi porquê o governo não liberou dinheiro, não foi porquê fulano não aprovou, muito menos porquê seus pais não puderam te pagar o curso X… corra mais atrás… vai colocar a culpa do mundo sobre você? que injustiça, não? ninguém é tão importante a ponto de o mundo inteiro conspirar contra…

vamos lá, gente! vamos fazer a roda girar… ficar parado num dá, não… (aproveitando um clichezinho gostoso que falam por aí, que conheci a pouco tempo) enquanto não me decido se caso ou se compro uma bicicleta, vou girando… logo esse retorno estará a olhos nus…

por enquanto, eu coloco uma mochila nas costas, mas apenas cheia de cervejas, e vou divagar sobre estes pensamentos…

sugiro que façam o mesmo…


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06/09/2009 at 21:21 4 comentários

“GROSSO É O CARALHO!” ou “no peito dos ‘chatos’ também bate um coração”

Leia ouvindo Chicas: http://blip.fm/~cpm66

– Chaaaaaato!

Quase sempre, quando me deparo com alguém, é a primeira coisa que ouço. Graças aos céus, sempre acompanhados de sorrisos, gargalhadas ou dancinhas inventadas, logo, concluo com a humilde sagacidade de um psicólogo forense: um ‘chato’ da paz.

Explicação: geralmente quando marco qualquer coisa com alguém, ao chegar, ou finjo que não vejo, ou dou um susto, ou chego dançando, enfim… É muito normalzinho você encontrar, dar um risinho, dois beijinhos e fazer o proposto. É mais interessante surpreender o outro! Seja lá como for. Ah, gente! Fazer o que todos fazem é simples, todo mundo já faz! Onde ficam as surpresas? O que seria da nossa estadia nesse lugar sem ser surpreendido? Por quê não jogar uma páprica (ou canela [por falar em canela: você sabia que o gosto da canela está no cheiro?], ou o que preferir – ao gosto do cliente), dar uma temperada ao encontrar um(a) amigo(a), conhecido(a) ou outrem, que seja?

Física (a matéria escolar do velho segundo grau) só foi o forte no (antigo) primeiro ano para ensinar uma ex-namorada (de escola), mas tração, delta ‘téta’, calorimetria e afins não povoaram a minha (excelente, até certo ponto) memória. O que marcou foi uma das Leis de Newton (senão me engano, a terceira) que para cada ação há uma reação contrária e de igual valor/intensidade (sempre confesso algo, não poderia ser diferente, então: não lembro se é assim, exatamente, poderia pesquisar, mas preferi não fazê-lo – memória, memória, memória: trabalhe!).

Imagino, como uma criança de 6 anos, que a afirmação da física tenha uma subcategoria condizendo que valor/intensidade igual, não necessariamente, é duas laranjas em troca de duas laranjas.

Digamos que você trabalhe em uma loja (ou um escritório, ou um callcenter, ou um almoxarifado, ou uma expedição, ou um(a)…) com 7 pessoas. Seis, incluindo você, são o crème de la crème do que há de mais interessante para se conviver. Mas o ‘um’ que falta (sem a necessidade de ser o chefe) é a pessoa mais escrota deste terceiro planeta do sistema solar, um excelente exemplar daquelas pessoas que desenterram todos os nossos sentimentos mais obscuros, aqueles que fazemos [todas as] questões de não deixar que nos tomem conta.

Logo, neste caso, o ‘peso’ é de 6 para 1. Um filho-da-puta para seis pessoas corretas. E esse é o equilíbrio do universo: a ação e reação. Imaginem-se trabalhando em uma sala com mais duas pessoas apenas. E uma dessas duas é esse(a). Ou vocês trocam tabefes ou alguém, que de preferência não seja você, faz uma maldade muito forte para com ele(a).

Ser um ‘chato’ da paz não é tão ruim, assim.

O que realmente não gosto é quando, por ventura, resolvem felicitar o doce anjo que vos escreve atribuindo o adjetivo de grosso [Indivíduo impolido, grosseiro – segundo o Dicionário Babylon]. Como já o fizeram antes, nada mais justo que me aproveitar da situação e exercitar esse meu lado:

– Grosso é o caralho!

Como todo ser-humano que não chegou ao grau pleno de evolução, tenho os meus momentos de intolerância, normalmente, após momentos de burrice alheia (ora incompreensão [de texto ou não], ora estupidez – ignorância eu costumo relevar, ninguém é obrigado a saber certas coisas – me pegando como exemplo, quando querem falar-me  sobre programas-show de realidade ou novelas, confesso a minha; não faz parte da minha realidade), falta de educação e nonsensismos (e viva o neologismo!). Agora, se pensa diferente de mim e me prova que tem argumento para tal, beleza, como disse no início do ano: viva a diversidade. Afinal, o que seria do blablablá, blaaablaaablááá, blaaaaablaaaaablááááá (lembrando que el amarillo és mi color favorito)…

Antes de entrar de férias, uma colega do trabalho não entendeu um comentário que fiz (incompreensão), tentei explicar, ela não quis ouvir (estupidez), e após tamanha falta de educação me disse:

– Ninguém é obrigado a ouvir suas grosserias, você ainda vai ficar sozinho.

E entrei de férias.

Encucado com aquelas palavras.

Após muita meditação, a conclusão não poderia ser diferente: pois é, prefiro ficar só. Se a opção é conviver com gente que fecha a percepção, desinteressados, calculistas, [que comece a baixaria!] gente burra, estúpida, desculpeiros esfarradapos e afins, não cerro os olhos pela metdade antes de escolher ficar só, junto as minhas idéias. Simples assim.

De determinada data para cá, adotei a filosofia batida (safada / clichê / sem-vergonha): para que complicar se podemos simplificar?

E digo, hein?! Tem funcionado. Aprendi(?) a não sofrer por antecipação, treinei a intolerância, parei de guardar meus sentimentos, falo [e faço] o que for necessário, não mais me escondo, sinto menos vergonha de uma forma geral, produzo mais [e melhor]. Tem dado certo. Quem quiser tentar, dou força. Obviamente não significa que o que foi bom pra mim será para mais alguém, porém, tentar, nada custa. E a penalidade é apenas uma história pra contar.

Os amigos de verdade conhecem os meus lados e me entendem. E sabem também o quão a pena vale ser amigo deste que vos escreve. Não é pretensão da minha parte, não (embora pareça), mas ser amigo meu, além de ser uma façanha difícil (sou de fácil acesso, porém, não tão aberto, assim), é recompensatório e a tendência é a soma.

Tem gente que tem paixão por música, outros por cinema, alguns por livros, mar, praia, dançar, comer, encher a cara… Tenho por todas essas. Todavia, a que realmente me dá vontade de abrir os olhos e viver bem o dia é um sorriso. Trabalho fortemente para arrancar vários ao longo do dia. Isso, sim, é um puta motivo que não me faz desistir de certos sonhos. Faço o necessário pra receber um. Frase do Quintana [Gênio]: O sorriso enriquece os recebedores, sem empobrecer os doadores [Parece pensamento de Twitter, né?! Mas genial!]. E não é?

Portanto, se volta e meia sou, o já dito, ‘chato’ da paz, é por opção, a intolerância é algo a ser trabalhado e os sorrisos vou colhendo… Mas grosso? ‘A pá’ puta-que-pariu! ‘Tomá’ no cu! ‘A pá’ porra! Grosso é o caralho!

— Momento ‘Eu mereço’ —

Após a publicação deste texto, enviei pra tal ‘colega de trabalho’ lá do meio, que peguei como mote para iniciar o argumento, e travamos esse diálogo pelo programa de mensagens instantâneas:

Ela: bom, odiei o texto
Ela: e q bom q c pensa assim d pessoas q pensam diferente d vc
Ela: viva sozinho e feliz
Ela: esse é o lema ne
Ela: tchau
Eu: tá vendo?
Ela: pra mim foi um texto totalmente agressivo
Eu: como assim?
Eu: claro q não!
Ela: viveria mais feliz sem ter gasto meu precioso tempo com isso, ja li coisas melhores


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02/09/2009 at 03:36 8 comentários


Coração de Poeta


sou só um mensageiro, um profeta, contador de estórias: coração de poeta

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esperança…