O Tempo

05/02/2011 at 18:25 5 comentários

3 Meses

Estava de férias. Bebia todos os dias. Em locais diferentes. Estava cansado de trabalhar e havia pouco tempo que tinha saído de um relacionamento. Queria saber de ‘pegação’. Passou uma semana e nada de pegar inguém, em equilíbrio, 7 dias bêbado. Naquele dia tinha que maneirar: não pra pegar alguém, mas precisava ficar sóbrio, ou ia beber todas as minhas férias e não me lembraria de tudo. Foi quando a vi: morena, cabelos desgrenhados e cheios de estilo, pouco mais de um metro e meio (o que pra um cara da minha altura, 1,70, é de ‘pegar no colo’), blusinha de alcinha, saiote riponga, e ainda assim consegui ver o quanto ela era gostosa! Quando avistei de novo estava me dando mnole, mal podia acreditar naquilo. Arrumei uma desculpa qualquer e fui falar com ela. Fomos ao balcão e pedi um Mar em Chamas, drink docinho, estava disposto a arrastar aquela moça pra casa. E hoje, 3 meses depois, lembro de ter tido a melhor foda da minha vida.

6 Meses

Se tem algo que odeio é brigar. Cara, faço de tudo pra num ter briga. Impressionante como me falta tempo pras minhas coisas. Namoro há 6 meses com a Larinha e tá foda. Parece que sou a solução pra todos os seus problemas, e o pior foi que criou uma dependência de tal forma que tudo é motivo pra me ligar: acho que esqueceu como se pensa. Mas é bom ter alguém, num geral a gente ri muito. Acho que um relacionamento é assim, mesmo: depois que passa a ’fase do tesão’ vem essa coisa do companheirismo. O que realmente não gosto são dos compromissos que tenho que ir que não fazem parte do meu ciclo social. E as festas em família? Ô, saco! Ter que ficar rindo pra todas as piadas sem graça da família dela é dureza, viu? Mas não me vejo sem ela, mais.

1 ano

Um ano: quem diria? Era apenas uma ‘foda’ em um bar. Maldita mania em ficar me apagando às pessoas. Mas estamos juntos, isso que importa. Cansei de só ceder e não receber nada em troca, agora as coisas mudaram. Resolvi me livrar de todo e qualquer compromisso para com seus familiares: que caceta tenho a ver com o batizado da sobrinha? Tenho mais tempo pra mim, saio mais com meus amigos, até futebol, que nunca suportei, é um bom motivo pra encontrar os caras, estava com saudade deles. Quando sinto que vou me atrasar pra qualquer coisa, já levo um bibelô e fica tudo certo. Continuo sendo o mesmo que odeia discutir pelos mesmos motivos, mas a vida é assim, né?

3 anos

– Fala, Carlinhos, beleza? Então, rapaz, estou aqui, te ligando, pra te convidar pra minha festa! Não, que noivado o que, ‘tá maluco? Minha festa de aniversário, cara! ‘Tô fechando naquele barzinho que íamos, saca? Se lembra onde conheci a Larinha? Então… Rapaz, e naquele dia eu queria ficar sóbrio, né? Antes tivesse enchido a cara e não teria esse encosto na minha vida! Ah, agora ta com uns papos de casar, anel… ‘Tô pra isso não, cara, num rola. Já me enche morando há duas ‘estações’ de mim, imagina ali do lado, todo dia, toda hora? ‘Tô fora! E seguinte, na festinha é só você, tá? Num pode levar a Rê, não… Tô querendo relembrar só os camaradas… Ah, quem sabe, né? Hahahaha! O que mai stem por lá são moças solteiras à procura… Hahahaha, combinado, então!

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A história é sempre a mesma: só mudam os nomes dos protagonistas

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Este texto surgiu de um convite: uma amiga muito querida, a Juliana Santos, pediu pr’eu fazer a ‘versão masculina’ da históra dela e aceitei o desafio. Aqui está a ‘versão feminina’.

há tempos sem postar nada, né? mas as coisas vão mudar… prometo!


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um sonho qualquer… sem atribuições…

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Coração de Poeta


sou só um mensageiro, um profeta, contador de estórias: coração de poeta

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